Sobre o sentido da vida
Roteiro de atividade:
Esse roteiro de atividade desenvolvida pelo
grupo PIBID/UNICENTRO de Filosofia, procura discutir com os alunos do ensino
médio a questão sobre o sentido da vida, introduzindo alguns conceitos
heideggerianos como; morte, finitude, vida autentica e angustia.
O
“sentido da vida” é um assunto que cativa os alunos, e de extrema importância
por ser uma questão própria de nossa existência. Para introduzir os alunos a
essa problemática, sugerimos a apresentação de duas músicas pelas quais os alunos
possam refletir a cerca do tema. Pode-se entregar a letra das musicas: tocando em frente de Almir Sater e O que é o que é? de Gonzaguinha,
tocando-as em sala para uma discussão dos sentidos de vida expostos em cada
letra.
Algumas definições podem ser expostas no
quadro com a finalidade de elucidar algumas questões:
- Você acha que existe algum propósito na
vida?
-Viver
faz algum sentido?
-O
sentido de nossa vida é diferente do de outros seres vivos?
-Todas
as pessoas se preocupam com o sentido da vida? Você se preocupa?
Após
a exposição e a discussão de tais questões, é importante escrever concepções dos
alunos. Na sequencia pode-se passar a leitura do texto de apoio O sentido da vida na perspectiva
heideggeriana, grafando e explicando os conceitos principais para uma
interpretação correta. Por último é interessante comparar as ideias dos alunos
escrita no quadro com as explicitadas no texto, perguntando aos discentes se
houve mudança em suas concepções.
TEXTO DE APOIO:
O sentido da vida na perspectiva
heideggeriana
É próprio do ser
humano se questionar sobre o “sentido da vida”, afinal essa reflexão traz para
nós questões importantes. Da vida sabemos que existimos e que deixaremos
um dia de existir. A questão é saber qual é o sentido propriamente humano da
vida. No sentido biológico, percebe-se que uma das principais finalidades da
vida se resume em passar os genes de um indivíduo a frente para garantir a
sobrevivência da espécie. Porem, no âmbito humano, a questão vai além dessas
necessidades fisiológicas, nossa vontade de nos mantermos vivo não é um sentido
para nossa existência.
O homem é um ser
que sabe que sabe “homo sapiens sapiens”, desse modo, se diferencia dos demais animais que somente seguem seus
instintos. Sabemos que um dia nós nascemos e que um dia iremos morrer. Por reconhecer
nossa finitude que tomamos conhecimento da dimensão do tempo que nos
encontramos. Contudo, desde nosso nascimento somos um projeto, estamos sempre
nos projetando no futuro, conscientes da morte, isso nos faz pensar em uma questão: Se vamos morrer que sentido tem
estar vivo?
O filósofo Martin
Heidegger (1889-1976), diz que a morte desperta em nós o sentimento de medo e
de angustia. O medo faz com que nos esqueçamos da morte e deixemo-la de lado,
sempre falamos sobre a morte de outros, mas nunca pensamos a cerca de nossa
própria morte. Para o filósofo isso nos leva a viver inautenticamente, ou seja,
não atribuímos sentido a nossa vida, fazendo com que outros atribuam, vivemos
assim em um sentido que não é propriamente nosso, vivemos alienados de nós
mesmos.
O medo da morte nos
leva a um estado de inautenticidade, porem a angustia que a morte produz um
efeito contrário, ela deixa-nos incômodos pela falta de sentido da vida. Na angustia
percebemos que somos singulares, que temos uma vida finita, e que cada indivíduo
deve ser livre e responsável pelas escolhas que dão sentidos a nossa vida. Pela
angústia temos a possibilidade de sermos nós mesmos e viver de forma autentica.
O fato é que estamos
em um tempo, não o tempo do relógio, mas o nosso próprio tempo, no qual nos fizemos
presente sempre em vista do futuro, nosso projeto domina o próprio modo de nós sermos,
por que a realidade muitas das vezes é aquilo que escolhemos para nós. Heidegger
considera que o ser do homem pode viver tanto inautenticamente como autenticamente,
são as pessoas que escolhem como levam suas vidas. Contudo, a vida por si mesma
se encontra sem sentido, somos nós quem atribuímos sentido a ela.
Jean Tonin, PIBID/Filosofia.