quarta-feira, 29 de maio de 2013

Sobre o sentido da vida
Roteiro de atividade:
Esse roteiro de atividade desenvolvida pelo grupo PIBID/UNICENTRO de Filosofia, procura discutir com os alunos do ensino médio a questão sobre o sentido da vida, introduzindo alguns conceitos heideggerianos como; morte, finitude, vida autentica e angustia.
            O “sentido da vida” é um assunto que cativa os alunos, e de extrema importância por ser uma questão própria de nossa existência. Para introduzir os alunos a essa problemática, sugerimos a apresentação de duas músicas pelas quais os alunos possam refletir a cerca do tema. Pode-se entregar a letra das musicas: tocando em frente de Almir Sater e O que é o que é? de Gonzaguinha, tocando-as em sala para uma discussão dos sentidos de vida expostos em cada letra.
            Algumas definições podem ser expostas no quadro com a finalidade de elucidar algumas questões:
- Você acha que existe algum propósito na vida?
            -Viver faz algum sentido?
            -O sentido de nossa vida é diferente do de outros seres vivos?
            -Todas as pessoas se preocupam com o sentido da vida? Você se preocupa?
            Após a exposição e a discussão de tais questões, é importante escrever concepções dos alunos. Na sequencia pode-se passar a leitura do texto de apoio O sentido da vida na perspectiva heideggeriana, grafando e explicando os conceitos principais para uma interpretação correta. Por último é interessante comparar as ideias dos alunos escrita no quadro com as explicitadas no texto, perguntando aos discentes se houve mudança em suas concepções.  

            TEXTO DE APOIO:
O sentido da vida na perspectiva heideggeriana
É próprio do ser humano se questionar sobre o “sentido da vida”, afinal essa reflexão traz para nós questões importantes. Da vida sabemos que existimos e que deixaremos um dia de existir. A questão é saber qual é o sentido propriamente humano da vida. No sentido biológico, percebe-se que uma das principais finalidades da vida se resume em passar os genes de um indivíduo a frente para garantir a sobrevivência da espécie. Porem, no âmbito humano, a questão vai além dessas necessidades fisiológicas, nossa vontade de nos mantermos vivo não é um sentido para nossa existência.
O homem é um ser que sabe que sabe “homo sapiens sapiens”, desse modo, se diferencia dos demais animais que somente seguem seus instintos. Sabemos que um dia nós nascemos e que um dia iremos morrer. Por reconhecer nossa finitude que tomamos conhecimento da dimensão do tempo que nos encontramos. Contudo, desde nosso nascimento somos um projeto, estamos sempre nos projetando no futuro, conscientes da morte, isso nos faz pensar em uma questão: Se vamos morrer que sentido tem estar vivo?
O filósofo Martin Heidegger (1889-1976), diz que a morte desperta em nós o sentimento de medo e de angustia. O medo faz com que nos esqueçamos da morte e deixemo-la de lado, sempre falamos sobre a morte de outros, mas nunca pensamos a cerca de nossa própria morte. Para o filósofo isso nos leva a viver inautenticamente, ou seja, não atribuímos sentido a nossa vida, fazendo com que outros atribuam, vivemos assim em um sentido que não é propriamente nosso, vivemos alienados de nós mesmos.
O medo da morte nos leva a um estado de inautenticidade, porem a angustia que a morte produz um efeito contrário, ela deixa-nos incômodos pela falta de sentido da vida. Na angustia percebemos que somos singulares, que temos uma vida finita, e que cada indivíduo deve ser livre e responsável pelas escolhas que dão sentidos a nossa vida. Pela angústia temos a possibilidade de sermos nós mesmos e viver de forma autentica.
O fato é que estamos em um tempo, não o tempo do relógio, mas o nosso próprio tempo, no qual nos fizemos presente sempre em vista do futuro, nosso projeto domina o próprio modo de nós sermos, por que a realidade muitas das vezes é aquilo que escolhemos para nós. Heidegger considera que o ser do homem pode viver tanto inautenticamente como autenticamente, são as pessoas que escolhem como levam suas vidas. Contudo, a vida por si mesma se encontra sem sentido, somos nós quem atribuímos  sentido a ela.

Jean Tonin, PIBID/Filosofia.